sexta-feira, 20 de junho de 2008

Valentine II

Valentine segura a porta aberta esperando que ela saia, a velha arrasta os pés com seus sapatos comidos, que talvez fosse de seu falecido marido e sai de dentro do apartamento a encarando.
Eram quatro da manhã mais ou menos e Valentine acorda ouvindo barulhos que vinham do apartamento ao lado, que seria da Dona Velha, seria normal para ela dormir -ou não- com os barulhos de digamos ''Limpeza Noturna'' que era um velho hábto da sindica. Com o sono arruinado pelos barulhos vizinhos, Valentine levanta para ir ao banheiro que tinha sua parede encostada no quarto de Dona Velha. Sem querer ouviu uma voz masculina vinda do quarto da vizinha, Dona Velha não tinha marido, e deduzia Valentine que então poderia ser um ladrão ou algo do tipo, como não gostava da velha Valentine apenas verificou se sua porta estava bem trancada, fechou bem as janelas e esperou que enfim a velha fosse espancada, pois para Valentine era o minimo que a credora merecia.
Amanhece e Valentine havia dormido sentada no vaso, enquanto esperava ouvir os gritos de socorro da velha, mas não foi o que ouviu, talvez não tivesse acontecido nada, ou talvez Valentine dormiu tão pesado que não ouviu, isso fez com que ela ficasse um tanto curiosa em saber o que havia acontecido. Ao sair para trabalhar, como de costume já com algumas doses do Whisky Èttan. no sangue, desce com calma os degraus do prédio e sempre com a cabeça erguida
em direção a porta de Velha afim de notar alguma marca de sangue, ou se a velha sairia de dentro do apartamento na mesma hora, mas nada aconteceu. Chegando no corredor já pronta para desviar do mendigo que ficou deitado ali pelo menos durante os 11 meses que Valentine morou naquele predio, se surpreende ao ver que só haviam um cobertor e uma garrafa de Gim vagabundo pela metade.
''Talvez tenha saído para arranjar comida em algum lugar por perto, mas também pode ter sido responsavel pela barulheira noite passada'' - Foi o que passou pela sua cabeça, mas muito rapidamente, Valentine não se preocupava com o que acontecia aos outros, achava que isso só traria mal a ela, era uma espécie de fobia a vida alheia, ela vivia sua vida e Só sua vida.

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