sexta-feira, 20 de abril de 2012

COTIDIANO DO BAR


 Ego bebia no balcão. Ao seu lado estava seu colega de trabalho conhecido como “Idi”, um sujeito magro que estava dormindo com uma pasta de projetos na mão. Coragem e Medo jogavam sinuca. Quem tomava conta de Coragem era Trauma, que quando entrava pela porta do bar mandava Coragem se retirar, e ela obedecia. Enquanto isso, Ego, o cafetão, conversava com a balconista chamada Ganância, que respondia enquanto contava o dinheiro, mas sem esquecer de dar uma boa atenção ao Ego, que por sua vez não tirava os olhos da moça que desfilava pelo salão, conhecida como Vaidade.  

No banheiro quem vomitava era Vergonha, que veio de longe, há muito tempo, dizia que vinha do exterior.

O bar era um pouco bagunçado e sem muito espaço. Nas paredes ficavam pendurados alguns retratos, boas lembranças, enquanto as más memórias eram lembradas pelos mofos, marcas nas paredes, manchas de sangue, etc. que ficavam espalhadas em alguns cantos do bar –  principalmente próximo ao lugar onde Ego costumava sentar. 

Criatividade bebia quieta, em um canto escuro, certa dose de Dopamina bebida que dividia espaço no cardápio com Estrogênio, doses de Adrenalina, Endorfina, também Testosterona, entre outras. Ao lado da Vaidade, que ainda era controlada pelos olhos do Ego, servia-se Libido, que se via dividido entre Ganância e Vaidade, preferia ter as duas, embora por Vaidade ele pagasse. Metade do valor à ela, metade ao Ego.

Na outra mesa de sinuca, Amor e Paixão eram atraentes gêmeas bivitelinas, totalmente diferentes uma da outra. Faziam uma partida contra os gêmeos, Pena e Compaixão, que eram univitelinos.
Pouco depois das 4 horas, chegava o momento em que o proprietário do bar, que controlava tudo com a ajuda de Honra, que embora falhasse, abria as portas para tirar o ar cansado e abafado do ambiente, deixando com que entrasse a neblina da rua. 
Era o momento em que Ego adormecia no balcão e Vaidade e Ganância o levavam para fora. 
Criatividade começava a se divertir,  embriagada fazia piadas e dava sua visão sobre a vida de cada um daqueles que frequentavam aquele lugar, dizia entender “Idi”, e os dois conversavam sobre a neblina.