sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Universo Inconsciente

Um ser totalmente lúcido e transcendental apóia-se no parapeito do edifício mais alto da maior cidade do universo que contem mais carbono do que oxigênio na única atmosfera que contem o elemento crucial a sobrevivência na galáxia inteira pelo fato de ser, em tese, o único lugar onde há seres vivos, céticos, egoístas e certos de sua existência impar até que provem o contrário (para quem?). O nome do ser é Ângelo e somente ele observa a vida de fora e do alto sem precisar ser divino ou contemplado, apenas observa ali a coexistência do caos entre e dentro de cada ser humano ou objeto animado, seja por força física ou natural. Tudo que se move reflete e absorve o caos de e para o universo em uma dimensão astronômica e apenas limitada pela unidade de medida humana, mas infinita na sua real proporção.

Ângelo reflete sobre a palavra liberdade, morte e existência. Ele pensa sobre o mundo como um todo e para ele o ser humano é uma nano partícula e mesmo assim absorve a culpa de um mundo inteiro sobre seus ombros por vontade própria, mas não por um ato heróico, mas sim, por ato de covardia. O ser humano que Ângelo observa é o homem que tem para si a missão de entender o universo tentando colocá-lo sob sua própria nomenclatura. Ângelo repudia a atitude de falta de “percepção de todo” da humanidade e retorna de onde veio. Ângelo apaga seu cigarro e recolhe-se a sua insignificância. Ele retorna ao universo das eternas possibilidades. Ângelo retira seus olhos do microscópio ao mesmo tempo em que o mesmo Ângelo afasta seus olhos da lente do telescópio, embora esse último sem ter para si alguma resposta qualquer.

Um comentário:

. disse...

minuciosos!
gostei dos textos

abç.